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São Paulo caminha para a desospitalização

George Schain, presidente do Santa Paula, comenta os dados apresentados pela ANS: 1.800 novos leitos até 2012 Com todos os gargalos que o sistema de saúde possa apresentar, os paulistanos contam hoje com um grupo cada vez mais robusto de hospitais particulares dotados de equipamento de ponta e profissionais altamente qualificados no diagnóstico e tratamento de doenças. Inovação, colaboração e espírito empreendedor têm sido palavras-chave na transformação por que os hospitais particulares estão passando. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) destacam que cerca de 6,5 milhões de paulistanos têm acesso a planos de saúde e poderão contar com 1.800 novos leitos até 2012. Mais de 70% dos atendimentos hospitalares, entretanto, estão relacionados a doenças crônicas. Investir em ações coordenadas com o Estado, os meios de comunicação e a sociedade para a prevenção dessas doenças levará à redução dos custos hospitalares, permitindo que se aumente o investimento em infraestrutura, tecnologia e mão-de-obra especializada nos tratamentos de alta complexidade. Na medida em que conscientizamos a população sobre a necessidade de parar de fumar e controlar o consumo de álcool; adotar hábitos alimentares mais saudáveis, combatendo a obesidade; praticar exercícios físicos regularmente; checar com frequência os níveis de colesterol e triglicérides do sangue; monitorar a pressão arterial e se submeter a um check up anual – que inclui mamografia e papanicolau para mulheres, exame de sangue PSA e toque retal para os homens, avaliação cardiorrespiratória para ambos os sexos – já estamos contribuindo para a tendência dos próximos anos: a desospitalização. À primeira vista, todos os esforços que vêm sendo feitos pelos hospitais privados no sentido de aumentar o conforto dos pacientes e acompanhantes – passando a incorporar diversos conceitos da hotelaria não somente na sofisticação das acomodações, mas inclusive no cardápio, na introdução de cafeterias, restaurantes e lojas de conveniência – podem induzir à interpretação de que se pretende aumentar sua ocupação. Entretanto, caminhamos para um tempo em que a internação hospitalar será cada vez mais acolhedora e breve. Investimentos em equipamentos de ponta permitirão ao paciente permanecer menos tempo internado. Há poucos anos, por exemplo, uma cirurgia cardíaca necessitava de dez dias de internação. Hoje, esse tempo já foi reduzido à metade, dependendo do tipo de intervenção. Em vários países da Europa, como a Suécia, 30% dos leitos de hospital desapareceram por conta de ações preventivas. Métodos de tratamento novos e mais efetivos, principalmente os minimamente invasivos, encurtaram a permanência dos pacientes nos hospitais oferecendo cuidados externos. Há dez anos, também, pacientes sem possibilidades terapêuticas passavam os últimos dias de suas vidas internados em um hospital. Atualmente, aplicando o conceito dos cuidados paliativos, é cada vez maior o número de pessoas que preferem receber cuidados médicos em casa, junto à família. Os cuidados paliativos vêm atendendo de forma competente a essa nova demanda, devendo simbolizar outra importante mudança nos tratamentos de saúde. Embora o atendimento médico-hospitalar tradicional ainda seja a solução mais ao alcance da população na hora da doença, a grande evolução da indústria farmacêutica, o aumento maciço de campanhas preventivas e os próprios avanços da medicina tendem a reduzir cada vez mais o tempo de internação e, em muitos casos, indicar a desospitalização como opção mais acertada de tratamento. *Dr. George Schahin é presidente do Hospital Santa Paula, em São Paulo


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