Custos altos desafiam convênios médicos e elevam concentração

Data: 11/04/2011

Fonte: Folha de S.Paulo

 

Setor afirma que envelhecimento da população, regras e novas tecnologias aumentam gastos

Mais de 700 convênios saíram do mercado depois da aprovação do Estatuto do Idoso, diz presidente da Unimed

 

O envelhecimento da população e as novas tecnologias em saúde preocupam os convênios médicos, que temem aumento dos gastos. As atuais regras limitam o reajuste dos clientes dos planos individuais após os 59 anos e permitem que trabalhadores mantenham o plano coletivo da empresa após a aposentadoria.

Hoje, os idosos com mais de 60 anos representam cerca de 11% da população, mas estudos do Banco Mundial apontam que esse índice pode chegar a 30% em 2050. Com o envelhecimento da população, crescem os casos de doenças crônicas, cujos tratamentos são mais caros. Além disso, nos últimos anos a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) elevou o número de procedimentos obrigatórios cobertos pelos planos, medida que deve ser retomada sempre que a medicina evoluir.

E como em medicina um procedimento novo não necessariamente substitui métodos já existentes, os valores dessas análises e tratamentos demoram a cair. “O custo da medicina fica cada vez mais alto para os planos”, afirma Arlindo de Almeida, presidente da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo). Para o setor, as regras atuais, os novos procedimentos e o envelhecimento da população formam equação de resultado imprevisível, que pode ficar negativo -especialmente no caso de quem tem poucos clientes.

CONCENTRAÇÃO
Márcio Coriolano, presidente do Bradesco Saúde, disse em evento realizado no final de fevereiro pela Amcham (Câmara Americana de Comércio) que o crescimento do setor esbarra no limite que a população e as empresas têm em incorporar esses gastos no futuro.

Os convênios estimam que empresas pequenas tendem a sumir, gerando concentração no setor. “Pedimos que a ANS olhe isso com atenção. Não é interessante que haja alta concentração”, afirma o presidente da Abramge. Estudo da Amcham aponta que 32% das empresas entrevistadas passaram por fusão ou aquisição entre 2009 e 2010. A análise feita é que os custos de saúde no Brasil estimulam as fusões.

O presidente da Unimed, Mohamad Akl, lembrou no evento que desde que o Estatuto do Idoso (que impede o reajuste por faixa a maiores de 59 anos) entrou em vigor, em 1998, mais de 700 convênios desapareceram.

MEDIDAS
As empresas querem a possibilidade de vender planos modulares, com cobertura restrita, o que não é possível hoje. “Aí você saberia exatamente o que iria cobrir, sem riscos”, afirma Almeida, da Abramge.

Outra medida, proposta pela Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), é a saúde-previdência -uma espécie de plano de previdência atrelado ao convênio médico que ajudaria o idoso a custear o seu plano de saúde no futuro.

“A mensalidade do jovem aumentaria um pouquinho. Essa diferença iria para um plano capitalizado, para ser usado no futuro, para ajudar o idoso a pagar seu plano”, diz José Cecchin, diretor-executivo da Fenasaúde

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