Finalmente é carnaval! Hora de curtir a festa. Esteja você nos bloquinhos de rua, desfiles de escolas de samba, bailes e até naquele churrasco com a família é preciso ficar atento para não cometer excessos e prejudicar a saúde.
Siga as dicas do Ministério da Saúde e aproveite com #responsanafolia.
Hidrate-se
Para prevenir a desidratação, nutricionistas recomendam que a hidratação seja feita com antecedência. Beba bastante água, seja pura, em forma de suco ou consumindo frutas que contenham muita água como a laranja e a melancia. Elas ajudarão a manter o corpo hidratado, o que é fundamental para quem deseja permanecer bem disposto. Os sucos de frutas são uma ótima opção, pois além de hidratar, fornecem um açúcar natural (frutose) que repõe a energia gasta e impede a hipoglicemia.
Beba com responsabilidade
As bebidas alcoólicas são potencialmente diuréticas e, por isso, promovem uma eliminação de líquidos muito maior do que a ingestão em si, provocando desidratação. Por isso, sempre intercale um copo de bebida alcoólica com um de água. Dessa forma, os efeitos negativos ficam mais brandos.
Lembre-se: se beber, não dirija!
Fique longe de caixas de som
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a poluição sonora a terceira maior do meio ambiente, perdendo apenas para a poluição da água e do ar. Para evitar lesões nos ouvidos, fique a uma distância segura de caixas de som. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), é durante o carnaval que se verifica um aumento no número de casos de pessoas que apresentam problemas nos ouvidos, causados, principalmente, pelos ruídos derivados de caixas de som super-potentes dos clubes e trios elétricos. O ouvido humano suporta até 90 decibéis. A partir daí, já existe a possibilidade de uma pessoa apresentar lesão, muitas vezes irreversível, levando à perda auditiva.
Cuidado com afogamentos
O calor da época leva muitas pessoas a praias, lagos e cachoeiras. Durante o carnaval, o número de pessoas vítimas de afogamento cresce. Ao procurar locais para nadar, escolha locais conhecidos e nunca vá sozinho. É importante também obedecer sinalizações de perigo. Procure sempre locais que tenham a presença de Guarda-Vidas ou o Corpo de Bombeiros.
Tenha cuidado com o sol
Se você vai curtir o carnaval durante o dia, não se esqueça de proteger a pele. A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda o uso de chapéus, camisetas e protetores solares, reaplicado de duas em duas horas. Também deve ser evitada a exposição entre as 10h e 16h.
Reponha suas energias
Descanse sempre que possível. O corpo precisa de 6 a 8 horas por dia para se regenerar. Caso ele não tenha esse o período de descanso, fica muito difícil manter o ritmo todos os dias do carnaval. Em algum momento ele dará sinais de cansaço e esgotamento. Caso a folia vá até tarde, faça uma compensação dormindo um pouco mais.
Quem precisar ir de carro para chegar aos bailes de carnaval deve ficar longe de bebida alcoólica. De acordo com o Ministério da Saúde, muitas vítimas de trânsito atendidas nos prontos-socorros brasileiros beberam antes de dirigir.
O comerciante Francisco Pinheiro, por exemplo, conta que quase perdeu a vida dirigindo alcoolizado. “Eu passei o dia todo no churrasco do meu irmão. Meu irmão e meu tio inclusive tentaram fazer com que eu ficasse lá e fosse embora no dia seguinte. E eu teimoso, quis ir embora. Eu não andei nem 300 metros. Eu não senti o peso do pé. Em uma curva, passei pelo quebra mola e fui direto. Vinha um outro carro e aí ei bati de lado no outro o carro, estava sem cinto fraturei o osso da região da bacia e tive que operar e estou sem andar. E eu aprendi a lição. Poderia ter sido pior né.”
A coordenadora geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Marta Silva, lembra que os riscos de acidentes no trânsito durante o carnaval aumentam também para os pedestres. “Orientamos carona solidária, ir de ônibus, ir de taxi, van, metrô e até mesmo a pé.
O Ministério da Saúde orienta também que esse risco deve ser observado por todos os usuários do trânsito, ou seja, os pedestres também devem ficar atentos. Então, o risco da bebida alcoólica deve ser observado por todos os usuários do trânsito, ou seja, os pedestres também devem ficar atentos. Os pedestres, os motociclistas, os motoristas de automóveis, os ciclistas, então, todos os usuários. A bebida alcoólica é um dos principais fatores de risco para ocorrência dos acidentes de trânsito. E a prevenção é o melhor remédio. Não deixe uma tragédia acabar com o brilho do carnaval.”
O Carnaval é comemorado em diversas partes do mundo e, no Brasil, pessoas de todas as idades e até mesmo de outros países se reúnem em festas características de cada região. O feriado possibilita encontros em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Minas Gerais ou até mesmo o Distrito Federal com seus tradicionais bloquinhos de rua.
O clima é de diversão e, por isso, é importante estar sempre prevenido e atento às DSTs e aids. Este ano, o Ministério da Saúde lança a campanha de prevenção combinada, que reforça a importância dos jovens se prevenirem contra o vírus da aids não só usando camisinha, mas realizando o teste e, se der positivo, começar logo o tratamento, reforçando o conceito “camisinha + teste + medicamento”.
A turismóloga Mariana Sarciotto, de 31 anos, acredita que é importante se divertir, mas sem se esquecer da prevenção durante a folia. “O carnaval é momento de festa para todos, inclusive os soropositivos, e todos devem ter consciência de seus atos. Acho que o teste é uma boa forma de conscientização e já conversei muitas vezes com meus amigos sobre o fato de que a doença é transmitida mais facilmente do que se imagina. O teste deixa a pessoa com medo de ter um resultado positivo, o que a torna mais prudente no seu dia a dia”, defende. Dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde apontam que das 734 mil pessoas que vivem com HIV e aids no Brasil atualmente 80% já receberam o diagnóstico.
Dados da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), apresentados durante o lançamento da campanha de prevenção às DST e aids para o Carnaval 2015, nesta quarta-feira (28), mostram que, apesar da maioria dos brasileiros (94%) saberem que a camisinha é melhor forma de prevenção às DST e aids, 45% da população sexualmente ativa do país não usou preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses.
O estudante Vitor Monteiro, 25 anos, acredita que algumas pessoas que não usam preservativo não pensam na possibilidade de contrair alguma doença. “Acho que os principais motivos que levam algumas pessoas a não usar a camisinha são porque elas não pensam nas consequências e também acham que é melhor sem. Eu sempre uso camisinha se não estiver namorando ou quando não conheço muito bem a pessoa”, revela.
A pesquisa apontou também um crescimento significativo de pessoas que relataram ter tido mais de 10 parceiros sexuais na vida. Esse percentual subiu de 19%, em 2004, para 26% em 2008, chegando a 44% no ano de 2013. O fotógrafo Gilberto Evangelista, 41 anos, opta por fazer o teste de forma regular, independente da quantidade de parceiros sexuais no período. “Sou muito preocupado com minha saúde em geral e, apesar de me proteger sempre, prefiro me garantir ainda mais fazendo o teste a cada seis meses ou cada ano, no mínimo. Acho que é importante para ficar seguro e consciente do meu status. Além disso, para poder tomar as providências necessárias o quanto antes no caso de uma possível infecção, e de redobrar meus cuidados, principalmente, em relação a terceiros”, ressalta.
Com a ampliação da testagem do HIV, cerca de 6,4 milhões de testes rápidos foram distribuídos em 2014. O crescimento da assistência às pessoas com HIV e aids e o incentivo ao diagnóstico precoce fazem parte das estratégias do Ministério da Saúde no cumprimento da meta “90-90-90”, que corresponde a 90% de pessoas testadas, 90% tratadas e 90% com carga viral indetectável até 2020. As metas foram adotadas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (UNAIDS).
Medicamento 3 em 1 – Este ano o Ministério da Saúde enviou a todos os estados brasileiros o medicamento 3 em 1 (dose tripla combinada, composta pelos medicamentos Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg) para o tratamento de pacientes com HIV e aids. A combinação de medicamentos deverá beneficiar 100 mil novos pacientes. O Ministério da Saúde investiu R$ 36 milhões na aquisição de 7,3 milhões de comprimidos. O estoque é suficiente para atender os pacientes nos próximos doze meses.
O vírus HIV está se tornando menos mortal e menos infeccioso, de acordo com uma pesquisa coordenada pela Universidade de Oxford.
Os pesquisadores mostraram que o vírus está perdendo força ao se adaptar ao nosso sistema imunológico e demorando mais para causar a Aids (a síndrome da imunodeficiência adquirida, que ocorre à medida que as barreiras imunológicas do corpo começam a ser corroídas).
Alguns virologistas sugerem que a evolução do vírus pode torná-lo, algum dia, “quase inofensivo”. Para os pesquisadores de Oxford, as mudanças no vírus podem ajudar nos esforços para conter a pandemia.
Hoje, o HIV infecta mais de 37 milhões de pessoas no mundo – em seus corpos, ocorre uma batalha entre o sistema imunológico e o vírus. Tal qual um mestre do disfarce, o vírus sabe rapidamente e com pouco esforço passar por mutações para se adaptar ao sistema imunológico.
No entanto, às vezes o HIV infecta uma pessoa com um sistema imunológico particularmente eficaz.
“[Nestes casos] o vírus fica entre a cruz e a espada”, explica o professor Philip Goulder, da Universidade de Oxford. “Ele pode perder a eficácia ou se transformar para sobreviver e, se tiver que mudar, isso terá um custo.”
O “custo” é uma diminuição na capacidade de se replicar, o que faz com que o vírus se torne menos infeccioso e leve mais tempo para causar Aids.
Lentidão
À medida que este vírus enfraquecido é passado para outras pessoas, tem início um lento ciclo de enfraquecimento.
A equipe mostrou esse processo acontecendo na África, comparando Botswana, onde os problemas com o HIV existem há um longo tempo, e África do Sul, onde o vírus chegou uma década depois.
“É bastante surpreendente. É possível ver que a capacidade de se replicar é 10% menor em Botswana do que na África do Sul e isso é muito emocionante”, disse Goulder à BBC.
“Estamos observando a evolução acontecer na nossa frente e é surpreendente a rapidez com que o processo está acontecendo. O vírus está perdendo sua capacidade de causar doença e isso vai contribuir para sua eliminação.”
As descobertas foram publicadas na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Ataque dos antirretrovirais
O estudo também sugere que as drogas antirretrovirais estão forçando o HIV a evoluir para formas mais leves. Os medicamentos teriam como alvo principalmente as versões mais agressivas do HIV, permitindo a reprodução das formas menos violentas.
“Vinte anos atrás, a Aids se manifestava em dez anos. Mas, nos últimos dez anos, em Botswana, isso pode ter aumentado para 12,5 anos – um aumento pequeno, mas que no contexto geral é uma mudança rápida”, disse Goulder.
“É possível imaginar que isso se estenda cada vez mais e que, no futuro, as pessoas possam permanecer assintomáticas durante décadas.”
“Se a tendência continuar, em seguida, podemos ver uma mudança de cenário global: uma doença longa sendo menos transmissível”, disse à BBC Jonathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham.
“Em teoria, se deixássemos o HIV seguir o seu curso, veríamos o surgimento de uma população humana mais resistente ao vírus do que somos hoje coletivamente. A infecção por HIV acabaria se tornando quase inofensiva. Isso provavelmente já aconteceu ao longo da história, mas estamos falando de escalas de tempo muito grandes.”
Porém, o grupo alertou que mesmo uma versão enfraquecida do HIV ainda é perigosa e pode causar Aids.
Andrew Freedman, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Cardiff, qualificou o estudo de “intrigante”.
“Os pesquisadores foram capazes de demonstrar como o vírus se enfraqueceu ao longo do tempo. O uso generalizado de terapia antirretroviral pode ter um efeito semelhante e, em conjunto, estes efeitos podem contribuir para o controle final da epidemia de HIV”, disse.
Mas ele advertiu que o HIV ainda tem “um caminho muito longo” até se tornar inofensivo e que “outros acontecimentos podem substituir isso, incluindo um acesso mais amplo ao tratamento e, eventualmente, o desenvolvimento de uma cura”.
Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando o site:http://www.bbc.co.uk/
Os jovens entre 15 e 24 anos formam um dos grupos que mais preocupa as autoridades e profissionais de saúde envolvidos com o combate à aids no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, em oito anos foram registrados mais de 30 mil casos da doença nesse grupo da população.
Se em 2004 havia 9,6 casos de aids em cada grupo de 100 mil habitantes de 15 a 24 anos, em 2013 o índice saltou para 12,7. Ao todo, 4.414 jovens foram detectados com o vírus em 2013, enquanto em 2004 haviam sido 3.453.
Nesse grupo, a preocupação é ainda maior com os gays. “Há uma tendência de aumento importante entre os mais jovens de 15 a 24 anos, em particular entre meninos jovens que fazem sexo com meninos jovens”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, nesta segunda-feira 1º, Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Para especialistas ouvidos pela DW Brasil, entre os motivos que levam à contaminação estão a sensação de invulnerabilidade, a discriminação, o uso de drogas, má comunicação com esse grupo e, principalmente, o não uso da camisinha.
“Há 30 anos fazemos o mesmo tipo de mensagem e esquecemos que o jovem de hoje não é o mesmo de 30 anos atrás, da época do surgimento da epidemia”, diz Georgiana Braga-Orillard, diretora da Unaids no Brasil. “O jovem de hoje não viu ídolos morrerem e não têm exemplos que tornam a epidemia de aids real.”
Para a especialista, é também necessário falar sobre discriminação, que é um dos fatores para a vulnerabilidade dos jovens homossexuais. “Nós temos que falar sobre discriminação nas escolas e na TV. O papel da mídia é muito importante para discutir mais o assunto”, afirma Braga-Orillard.
Em São Paulo, um levantamento da Secretaria da Saúde divulgado nesta segunda-feira confirma os dados nacionais: o número de novos casos de aids na faixa etária entre 15 e 24 anos aumentou 21,5% nos últimos sete anos. Foram registrados 722 novos casos em 2013, enquanto que, em 2007, haviam sido 594. No mesmo período, o número total de novos casos no Estado caiu 20%, passando para 6.830 em 2013.
De acordo com o infectologista Francisco Aoki, do Hospital das Clínicas da Unicamp, muito se fez em termos de prevenção, diagnóstico, tratamento, acompanhamento, distribuição de medicamentos, entre outras políticas. Porém, devido aos bons resultados do tratamento antirretroviral, os mais jovens têm relaxado na hora de usar a camisinha.
“Discussão, campanhas e informação existem aos montes. Mas, no entanto, os jovens têm tido uma certa dose de desdém e não vêm observando a necessidade de prevenção efetiva”, observa.
Para Fabiano Ramos, chefe do serviço de infectologia do Hospital São Lucas, da PUC-RS, há descaso no uso do preservativo e, ainda, o problema do uso de drogas, que favorece a disseminação do HIV. “O uso do crack vem aumentando nas cidades brasileiras, especialmente nas camadas mais pobres da população”, diz Ramos.
O Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira, em Brasília, uma campanha voltada para o público jovem. Com o slogan #partiuteste, a ação visa informar sobre a prevenção do vírus HIV, com material específico para a população jovem gay e também para travestis. Nas peças publicitárias, é destacada a importância de se iniciar o tratamento logo depois de um resultado positivo.
O Ministério da Saúde divulgou ainda que, entre janeiro e outubro, o número de pacientes que iniciaram tratamento com medicamentos antirretrovirais no SUS passou de 61 mil – número 29% maior do que no mesmo período do ano passado, quando 47.506 pessoas iniciaram esse tratamento.
O aumento se deve à mudança de protocolo para a oferta do medicamento: em dezembro de 2013, o ministério estendeu o tratamento a todos infectados pelo HIV, independentemente do estágio da doença e da contagem das células de defesa CD4.
De acordo com o ministério, 734 mil pessoas vivem com aids no Brasil, sendo que, desse total, 589 mil sabem que têm a doença. O ministério afirma que a epidemia está estabilizada no país e que, a cada ano, são notificados 39 mil novos casos.
O Brasil chega este ano com 29% a mais de pessoas em tratamento com antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na comparação com 2013. De Janeiro a Outubro do ano passado, 47.506 pessoas entraram em uso de medicação antirretroviral, sendo que neste mesmo período de 2014 foram 61.221 pacientes. No total acumulado, quase 400 mil pessoas já estão em terapia com estes medicamentos, neste ano. Os dados são do Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2014, divulgados pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, nesta segunda-feira, em Brasília, por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a aids (1º de dezembro).
O crescimento no número de pessoas em terapia com antirretrovirais é um dos impactos do Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids, lançado em 1º de dezembro do ano passado. O protocolo garantiu acesso aos antirretrovirais a todas as pessoas com testes positivos de HIV, mesmo aquelas que não apresentem comprometimento do sistema imunológico.
Outro resultado positivo do protocolo, lançado há um ano, é o aumento expressivo de pessoas que iniciam o tratamento com CD4 acima de 500, ou seja, pessoas soropositivas com imunidade normal. Os dados do novo boletim indicam que 37% dos pacientes que entraram em tratamento em 2014 tinham CD4 acima de 500. Isso demostra que protocolo está funcionando: os médicos estão prescrevendo de acordo com a diretriz do Ministério da Saúde e os pacientes estão tomando corretamente os medicamentos prescritos.
AVANÇOS – O Brasil tem adotado, nos últimos meses, uma série de medidas para controle da transmissão, entre elas a ampliação da testagem de HIV em populações chaves (gays e homens que fazem sexo com homens, transexuais e travestis, pessoas que usam drogas e profissionais do sexo), além da facilitação do acesso de medicamentos, com a incorporação de novas formulações mais fáceis de serem usadas pelas pessoas vivendo com HIV/aids. Em 2014 o Ministério incorporou o 3 em 1 no Rio Grande do Sul e no Amazonas e já estendeu a compra para todo país. Além disso, incorporou o 2 em 1 e o Ritonavir termoestável, que dispensa a conservação em geladeira, dentre outras novidades. Todas essas medidas irão proporcionar que um grande número de pessoas possam se beneficiar do início precoce da terapia.
Com a adoção destas medidas, o Ministério da Saúde pretende cumprir a meta estabelecida pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e pela Organização Mundial da Saúde, conhecida como 90-90-90, até 2020. A meta é testar 90% da população brasileira e, das pessoas que apresentarem resultado positivo, tratar 90%. Como resultado, conseguir que 90% das pessoas tratadas apresentem carga viral indetectável.
CAMPANHA – Pela primeira vez o Ministério da Saúde apresenta em uma campanha a estratégia de prevenir, testar e tratar. A campanha, lançada neste dia 1º de dezembro, tem como público alvo os jovens. Haverá também material segmentado para a população jovem gay e travestis. A estratégia deste ano prevê a continuidade da campanha, com adaptações, para festas populares, como carnaval e outros eventos, durante todo o próximo ano.
A nova campanha apresenta jovens experimentando a vida com a palavra “testar”. O teste reforça o slogan final usando a gíria “# partiu teste”, linguagem típica desta faixa etária prioritária. O mensagem geral da campanha é informar o jovem para se prevenir contra o vírus da aids, usar camisinha, fazer o teste e, se der positivo, começar logo o tratamento, reforçando o conceito “camisinha + teste + medicamento” de prevenção combinada.
NOVOS NÚMEROS – De acordo com o novo boletim epidemiológico, cerca de 734 mil pessoas vivem com HIV e aids hoje no país. Deste total, 80% (589 mil) foram diagnosticadas. Desde os anos 80, foram notificados 757 mil casos de aids no país. A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos, a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 39 mil casos de aids novos ao ano.
O coeficiente de mortalidade por aids caiu 13% nos últimos 10 anos, passando de 6,1 caso de mortes por 100 mil habitantes em 2004, para 5,7 casos em 2013. Do total de óbitos por aids ocorridos no país até o ano passado, 198.534 (71,3%) ocorreram entre homens e 79.655 (28,6%) entre mulheres.
Em julho deste ano, a revista britânica The Lancet, uma das mais importantes publicações científicas da área médica, divulgou um estudo mostrando que o tratamento para aids no Brasil é mais eficiente que a média global. Segundo o estudo, as mortes em decorrência do vírus HIV no país caíram a uma taxa anual de 2,3% entre 2000 e 2013, maior do que os 1,5% registrados globalmente.
FUNDO POSITHIVO – No Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Ministério da Saúde também anunciou o lançamento do Fundo Nacional de Sustentabilidade às Organizações da Sociedade Civil que trabalham no campo das DST/AIDS e Hepatites Virais. O fundo tem como meta arrecadar recursos da iniciativa privada para financiar projetos sociais de Organizações da Sociedade Civil (OSCs).
O fundo irá mobilizar recursos adicionais para as OSC, proporcionando a sustentabilidade e o aprimoramento das respostas sociais e políticas a estas enfermidades no Brasil. A Fundação de Amparo à Pesquisa e à Extensão Universitária (FAPEU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ficará responsável pelo seu gerenciamento nos 3 primeiros anos. O fomento à criação do Fundo tem como objetivo contribuir para uma fonte adicional de recursos à luta contra a AIDS no país, que tem na Sociedade Civil Organizada um aliado estratégico.
Atualmente, trabalham com o tema DST, Aids e hepatites Virais no país cerca de 350 organizações da sociedade civil (OSCs). Além da mobilização de recursos financeiros, o fundo pretende contribuir com a prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, ao HIV/aids, às hepatites virais e à promoção da saúde, especialmente entre jovens.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos líderes mundiais que se comprometam a acabar com a aids até 2030 por meio da iniciativa Abordagem Rápida, lançada na última semana.
“Apelo aos líderes mundiais para se unirem nessa causa comum. Há uma luz no fim do túnel. Estabelecemos uma meta concreta. Vamos todos acabar com a aids até 2030”, disse Ban Ki-moon em mensagem divulgada no Dia Mundial de Luta contra a Aids, comemorado nesta segunda-feira (1º).
Ele disse estar “satisfeito e orgulhoso” pelo que considerou ser o “caminho certo” na luta contra a doença, cujo legado já é visível, comparado ao do vírus ebola na África Ocidental.
“Quase 14 milhões de pessoas em todo o mundo estão recebendo tratamentos contra a aids. Conseguimos reduzir novas infeções em 38%, desde 2001”, acrescentou o secretário.
Depois de destacar que os sistemas médicos por si só não são suficientes para garantir “cuidados de saúde robustos”, Ban Ki-Moon pediu mais apoio para combater a doença.
“Existem 35 milhões de pessoas vivendo com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla em inglês) hoje em dia e cerca de 19 milhões delas não têm conhecimento de que contraíram o vírus”, apontou Ban Ki-Moon.
O secretário-geral frisou ainda que existem lacunas importantes na resposta a grupos-chave. Duas em cada três crianças necessitam de tratamento e não dispõem dele.As mulheres jovens são particularmente vulneráveis em muitos países com prevalência alta de HIV.
“A epidemia da aids está aumentando no Leste da Europa, na Ásia Central e no Oriente Médio, alimentada pelo estigma, a discriminação e as leis punitivas. Ainda assim, o trabalho essencial dos sistemas de comunidade e organizações de apoio muitas vezes não dispõe de apoio. Não podemos deixar ninguém para trás”, ressaltou.
Alerta a população
O Dia Mundial de Luta contra a Aids é comemorado em 1º de dezembro, hoje, e serve para alertar as populações quanto à necessidade de prevenção e de precaução contra o vírus, que ataca o sistema imunológico.
Às 14h, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresenta os novos dados do Boletim Epidemiológico HIV-Aids 201. A atividade será no Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, no salão Ballroom, em Brasília.
No Brasil, entre 1980 e junho de 2012, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 656.701 casos de aids, média de 36 mil casos por ano. Em relação aos óbitos, são registrados 11,5 mil por ano.A aids é a primeira causa de mortalidade na África e a quarta no mundo.
Garantir tratamento contra a aids a todas as pessoas diagnosticadas soropositivas, independentemente do estágio da doença, é fundamental para que a meta estabelecida pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) seja cumprida.
Até 2015, o programa prevê a distribuição de medicamentos para 15 milhões de pessoas em todo o mundo. Atualmente, estima-se que aproximadamente 11 milhões de pessoas estejam em tratamento contra a doença em diversos países.
Neste domingo (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, o médico sanitarista e epidemiologista Pedro Chequer ressaltou que os países devem adotar a metodologia conhecida como Teste e Trate que, além de melhorar a resposta do organismo, ajuda a prevenir a disseminação do vírus.
“Hoje sabemos que, quanto mais cedo for iniciado o tratamento antes de haver danos ao sistema imunológico até irreversíveis, a resposta aos medicamentos é muito melhor. Além disso, a nova abordagem científica que se tem dado à questão é que o tratamento precoce é um método adicional de prevenção”, disse o especialista, que coordenou a política de aids do Ministério da Saúde e dirigiu o Unaids no Brasil.
Estudos internacionais mostram que o uso precoce de antirretrovirais reduz em 96% a taxa de transmissão do HIV. No Brasil, a ampliação do tratamento está sendo estudada pelo Ministério da Saúde que, há cerca de dois meses, submeteu à consulta pública um protocolo de atendimento prevendo que o tratamento seja fornecido ao paciente com aids que tiver CD4 (células de defesa do organismo) acima de 500 para cada milímetro cúbico de sangue e não apresente os sintomas da doença.
Pela regra atual, a rede pública de saúde fornece tratamento ao paciente com aids que tiver CD4 abaixo de 500 para cada milímetro cúbico de sangue. Desde o início de 2013, também podem receber o tratamento casais sorodiscordantes (aqueles em que um dos parceiros tem o vírus e o outro não) com CD4 acima de 500 células para cada milímetro cúbico de sangue, pacientes que convivem com outras doenças, como tuberculose e hepatite, e pacientes assintomáticos com CD4 menor de 500. A validação das proposições recebidas e elaboração da versão final consolidada do protocolo será coordenada pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, que deve finalizar o documento ainda este ano.
Pedro Chequer também ressaltou o papel de destaque que o Brasil desempenha por meio de acordos de cooperação com países da África, como Cabo Verde, o Timor Leste, a Guiné-Bissau e Moçambique, para a transferência de tecnologia e de medicamentos.
Relatório divulgado este ano pelo Unaids revela que, entre 2001 e 2012, somente na África Subsaariana, o número de novas infecções registradas, por ano, teve queda de quase 40%. Em 2001, 2,6 milhões de pessoas foram infectadas. Em 2012, foram 1,6 milhão. Em todo o mundo, o documento aponta que houve 2,3 milhões de novas infecções por HIV no ano passado. O número foi o menor registrado desde a segunda metade da década de 1990, quando cerca de 3,5 milhões de novos casos eram diagnosticados por ano.
Além disso, entre os anos de 2001 e 2012, o número de novas infecções por HIV caiu 33%. Já o número de mortes relacionadas à aids diminuiu 29% entre 2005 e 2012. Em 2005, 2,3 milhões de pessoas morreram em decorrência da doença. Em 2012, foram 1,6 milhão.
A aids é uma deficiência no sistema imunológico associada à infecção pelo vírus HIV, que provoca o aumento na suscetibilidade a infecções oportunistas e ao câncer. A transmissão ocorre por meio do sangue, sêmen, de secreção vaginal e do leite materno. O uso do preservativo em relações sexuais é apontado como a principal forma de prevenção da doença.
O tratamento é feito com a administração de antirretrovirais, medicamentos que suprimem agressivamente a replicação do vírus HIV e proporcionam a melhoria da qualidade de vida, redução da ocorrência de infecções oportunistas, redução da mortalidade e o aumento da sobrevida dos pacientes.
Marcando o Dia Mundial da Aids deste ano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, demonstrou “otimismo” com o avanço da luta contra a aids em todo o mundo. Segundo ele, grande parte do mundo está acelerando o progresso na resposta ao HIV.
“Há reduções significativas em novas infecções e mortes, e nós estamos fazendo um bom progresso na realização de nossa meta de garantir que 15 milhões de pessoas tenham acesso ao tratamento antirretroviral até 2015. Isto é crucial para deter e reverter a epidemia de aids para o bem”, afirmou em uma mensagem especial para a data, lembrada nesta sexta-feira (1).
Ban ressaltou, no entanto, que ainda há sinais preocupantes de que algumas regiões e países estão ficando para trás, como revelou o relatório mundial sobre do UNAIDS deste ano. Mais de 35 milhões de pessoas vivem com o HIV no mundo.
“Estamos fazendo avanços em atingir as populações vulneráveis através de esforços para eliminar o estigma e a discriminação, mas há ainda muito a fazer para acabar com este problema. Devemos nos comprometer a quebrar as barreiras ainda existentes, incluindo as leis punitivas e a exclusão social, para que possamos chegar a todas as pessoas que não têm acesso ao tratamento e serviços de HIV.”
O secretário-geral da ONU sugeriu a intensificação dos esforços para impedir novas infecções pelo HIV entre crianças e a garantia do acesso ao tratamento para todas as mães que vivem com o vírus como estratégias para o enfrentamento da epidemia.
“Eu particularmente peço uma ação urgente para acabar com a discriminação e a violência contra as mulheres, que causam danos terríveis e aumentam o risco de infecção pelo HIV e morte por aids”, disse ele, lembrando a importância do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária, uma das mais importantes fontes de financiamento para a resposta global, e agradecendo aos doadores.
Ban afirmou que gostaria de ver a aids relegada aos livros de história. “Se queremos um futuro livre da aids precisaremos de investimento, compromisso e inovação contínuos para alcançar a visão de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas com a aids. Neste Dia Mundial da Aids, tomemos a decisão de manter a aids registrada apenas nas páginas de história.”
Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando o site: http://www.onu.org.br