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Doença falciforme afeta cerca de 50 mil brasileiros

O primeiro caso de uma das doenças genéticas mais comuns em todo o mundo foi descoberto há 100 anos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 300 mil bebês nascem com a doença falciforme a cada ano.

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Enfermidade herdada da África, é causada pela mutação de genes que produzem as hemoglobinas, responsável por transportar oxigênio para órgãos e tecidos do corpo. Essa malformação enrijece as hemoglobinas, prejudicando a circulação sanguínea e provocando muitas dores.

Desde o primeiro diagnóstico da enfermidade, os tratamentos evoluíram muito e já é possível conviver bem com a doença falciforme. A enfermidade hereditária mais comum no Brasil é tratada como um problema de saúde pública. Dados do Ministério da Saúde mostram que 3,5 mil crianças brasileiras nascem com a doença a cada ano. Outras 200 mil nascem com o traço falciforme, gene que pode transmitir a doença para as próximas gerações.

O diagnóstico precoce e a vacinação eficiente são a chave para o sucesso no tratamento, garantem os especialistas. Mas, para eles, ainda é preciso falar mais sobre a doença. Clarisse Lobo, da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), afirma que as políticas públicas adotadas hoje no País são eficazes, especialmente na triagem. O famoso “Teste do Pezinho”, exame feito na primeira semana de vida do recém-nascido, é a garantia de reconhecimento precoce da doença falciforme e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) a todas as crianças.

“O País tem trabalhado para garantir políticas eficientes para o tratamento da doença. A triagem é importante porque apresenta o tamanho do problema. Mas acho que ainda podemos desenvolver ações que descentralizem o atendimento para que as pessoas não precisem se deslocar aos grandes centros para serem tratadas com qualidade. É preciso treinar os profissionais de saúde para que conheçam mais a enfermidade”, diz a hematologista, que também é diretora do Hemorio.

Os exames feitos com os recém-nascidos brasileiros ao longo dos anos mostraram que a Bahia é o Estado brasileiro com a maior incidência da doença, até por causa da concentração de afrodescendentes. Em cada 650 nascimentos, um bebê nasce doente e um em cada 17 possui o traço falciforme. A detecção do traço é importante para que os casais recebam aconselhamento genético e conheçam os riscos de ter um bebê com a doença.

Tratamentos

No caso da doença falciforme, o Ministério da Saúde vai apresentar as políticas adotadas para garantir qualidade de vida aos doentes. A estimativa da associação é que 50 mil brasileiros convivam com a doença hoje.

O SUS oferece o diagnóstico – mesmo adultos podem fazer exames para identificar traço ou a doença – e a medicação necessária para tratar os pacientes. Durante toda a vida, os portadores da doença devem ser acompanhados por equipes multidisciplinares de hematologistas, ortopedistas, nutricionistas e psicólogos, por exemplo.

Para evitar possíveis complicações (dores musculares nas articulações, ossos, tórax, abdômen e costas; icterícia; infecções como pneumonia e anemia crônica), os doentes precisam cuidar da alimentação, ingerir bastante líquido e tomar medicamentos. Além de ácido fólico até os cinco anos de idade, as crianças precisam tomar penicilina. Em casos mais graves da doença, a ingestão de hidroxiuréia também é necessária.

De acordo com Clarisse Lobo, 30% dos pacientes identificados pelo SUS no Brasil possuem a forma mais grave da doença, que exige mais cuidados e aumenta a taxa de mortalidade. A hematologista ressalta que a vacinação contra a pneumococos hoje oferecida antes dos seis meses de vida às crianças é fundamental para garantir mais qualidade de vida aos pacientes. “A cobertura vacinal antes dos três anos é um dos nossos desafios porque garante vantagens significativas no tratamento”, afirma.

Transplante

A única possibilidade de cura da doença falciforme é o transplante de medula óssea. Sérgio Barroca Mesiano, hematologista do Hospital Universitário de Brasília, afirma, no entanto, que este tipo de intervenção ainda é polêmico. Primeiro, porque as taxas de mortalidade durante o procedimento são altas. Segundo ele, cerca de 10% dos pacientes que se submetem à cirurgia morrem durante o processo. Por isso, o transplante só é recomendado em poucos – e severos – casos da doença.

Para a ABHH, há casos graves em que o transplante é a única possibilidade de sobrevida de pacientes. Mas essa ainda não é uma realidade defendida pelo SUS. “Os gestores entendem que ainda não temos estudos suficientes que comprovem a eficácia do procedimento”, diz Sérgio.

Outro complicador é encontrar medulas compatíveis. Apenas um quatro dos pacientes que precisam de um transplante de medula – por qualquer motivo – consegue uma compatível.

“É preciso entender que os medicamentos salvam vidas e garantem vida normal, exceto em casos extremamente graves. Aí os transplantes são recomendados. Mas essa não é uma abordagem isenta de gravidade. Não podemos tratar todos com transplante porque estaríamos os expondo a um risco desproporcional ao benefício”, avalia Clarisse.

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No Dia Nacional da Luta por Medicamento, especialistas relatam dificuldades de regulação do fator pela Anvisa

Hoje é comemorado o Dia Nacional da Luta por Medicamento. Mas, será que pacientes crônicos têm muito a comemorar? Basta perguntar a um soropositivo, a um insulino-dependente – casos de diabete – ou a alguém com câncer, o que significa ficar sem medicação. Essa parcela da sociedade, por exemplo, sabe o que é depender de remédios de altos custos que os mantém vivos a cada dia. No Brasil, ainda há um entrave que dificulta o acesso a tratamentos e medicamentos para essas e outros tipos de doenças.

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Isso porque importantes medicamentos para inibição de progressão e avanço de doenças estão em fase de aprovação ou tiveram registro negado por questões burocráticas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os entraves ocorrem mesmo com aval de agências reguladoras norte-americana e europeia, como aprovação da pomalidomida, regulada pela Food and Drug Administration (FDA), entidade que regula os medicamentos nos Estados Unidos.

A medicação é usada para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo, tipo de câncer do sangue que atinge a medula óssea e que não tem cura. No Brasil, a Anvisa indeferiu regulação do pomalidomida essencial para pacientes com a doença especificada. O medicamento, de uso oral, inibe o crescimento das células cancerosas.

Cura prejudicada

O médico hematologista Angelo Maiolino, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), diz que a pomalidomida representa um significativo avanço no tratamento de pacientes com mieloma múltiplo. O especialista lamenta que o Brasil ainda não tenha aprovado seu uso.

“Isso é um prejuízo para os pacientes brasileiros”, opina a médica hematologista e professora da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Vania Hungria, que integra os comitês científicos da Associação Brasileira de Leucemia e Linfoma (Abrale) e da International Myeloma Foundation Latin America (IMF). No Brasil, não há estatísticas exatas, mas estima-se haver cerca de 30 mil pacientes em tratamento contra o mieloma múltiplo no País, sendo que 80% deles têm mais de 60 anos de idade.

Para ABHH, a medida priva direito à vida e sobrevida com qualidade a todos os brasileiros que possuem mieloma múltiplo. A entidade diz que não há motivação de caráter legal ou técnico que justifique a decisão da Agência. “O que temos à frente é um câncer incurável. Enquanto não existe a cura o que se busca é ampliar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. Assim temos de buscar todos os instrumentos com eficácia comprovada que estiverem ao nosso alcance”, frisa o hematologista Carmino Antônio de Souza, diretor-científico da ABHH.

Souza relata ainda que no Brasil o processo de aprovação e incorporação de novos medicamentos é extremamente lento, o que coloca os pacientes brasileiros em posição de desigualdade na luta pela cura, tratamento e controle de um grande número de doenças. Há quatro anos a comunidade científica brasileira tem mostrado estudos que justificam um parecer positivo ao registro do medicamento no País. Inclusive, o medicamento já é utilizado em mais de 80 países e tem aprovação nos Estados Unidos, pelo FDA, e na Europa, pela European Medicines Agency (EMEA), além de países sul-americanos.

Mais entraves

Outro problema enfrentado por pacientes, em especial os do Sistema Único de Saúde (SUS), é que mesmo aprovados, alguns medicamentos não chegam até a rede pública. O que contribui para fracassos de resultados esperados devido à ausência de complementos relevantes para manutenção e possível cura de determinada doenças.

O País também encara o problema de distribuição, como ocorre com os medicamentos de coagulação para indivíduos com hemofilia. Mesmo distribuídos pelo Ministério da Saúde (MS), o repasse de órgãos estaduais e municipais não são feitos e o remédio não chega até o paciente. Conforme a pasta da Saúde, o Brasil ocupa a terceira posição mundial em relação ao número de pacientes com hemofilia. Estima-se que mais de 10 mil brasileiros convivam com a doença.

Vias legais

Carmino de Souza, diretor da ABHH, explica que para ter acessos a alguns medicamentos, muitos pacientes e familiares recorrem à justiça, individualmente ou por meio de Organizações Não Governamentais (Ongs) e outras instituições, prática conhecida como “judicialização da saúde”.

Muitas iniciativas já foram tomadas para facilitar o acesso da população de baixa renda a medicamentos, como a distribuição gratuita de remédios considerados vitais para saúde de determinados pacientes. Além da quebra de patentes dos grandes laboratórios farmacêuticos. A difusão do medicamento genérico no Brasil também representou um grande avanço. Mas, ainda assim, é preciso avançar, caminhar na expectativa de que a saúde é um bem da humanidade e não um produto de interesses mercadológicos ou de terceiros.

(Com informações da RS Press)

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Dê a vida de presente: doe sangue

No ano em que é celebrado o 10º aniversário do Dia Mundial do Doador de Sangue (14/06), a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) apoia a campanha global encabeçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que institui como mote desta edição a doação como um dom de dar a vida ao próximo, sendo o slogan adotado “Dê a vida de presente: doe sangue” (Give the gift of life: donate blood).

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Agradecer aos doadores, promover 100% das doações voluntárias e não remuneradas e convencer os ministérios de saúde a se comprometerem a alcançar a autossuficiência nas doações são as principais bandeiras desta iniciativa. Hoje a OMS registra um total de 62 países que coletam sangue de maneira totalmente voluntária, sendo o Brasil um deles.

Nesse sentido, a ABHH chama a atenção da população brasileira para a importância da doação de sangue regular e voluntária no País, como forma de salvar e garantir a manutenção da vida de pacientes que necessitam de transfusões contínuas. “Doar sangue é fundamental para aqueles pacientes atendidos em emergências com grande perda sanguínea, que sofrem de doenças hematológicas ou doentes transplantados que necessitam de sangue continuamente para viver”, explica o diretor da ABHH, o hematologista e hemoterapeuta Dante Langhi Jr.

Dados da OMS apontam que a média de doadores de sangue está entre 3% e 5% em relação à população de todo o mundo. A média brasileira é de 1,9% nos últimos cinco anos; destes, 40% o fizeram pelo menos duas vezes ao ano. Segundo Langhi Jr., há alguns anos os doadores eram denominados de “reposição”, pois só doavam quando algum membro da família ou amigo precisava de sangue. Hoje, esse modelo ainda existe, mas, de acordo com o diretor da ABHH, está ultrapassado. “O pior momento para sensibilizar as pessoas para a importância da doação é em meio a uma situação de urgência ou emergência, por isso buscamos conscientizar a população pela opção de doar periodicamente, um presente à vida”, pontua Langhi Jr.

S.O.S. segurança transfusional

Muitos pacientes que necessitam de transfusão não têm acesso a sangue seguro. A OMS recomenda que todas as atividades relacionadas à doação do sangue – coleta, análise, processamento, armazenamento e distribuição – devem ser coordenadas em âmbito nacional, por meio de uma organização eficaz e uma política pública que possa garantir acesso universal e consistência na qualidade e segurança do sangue e seus derivados.

Brasil – Apesar de não haver no mundo doação de sangue 100% segura, no Brasil hematologistas e hemoterapeutas alertam para a importância de acelerar o processo de adoção do teste NAT (sigla em inglês para Teste de Ácido Nucleico), tanto na rede pública de saúde quanto na cobertura pela saúde suplementar, como medida para controlar as transfusões no País e prevenir a transmissão dos vírus HIV (imunodeficiência humana) e HCV (hepatite C).

Comparado ao atual teste ELISA, o NAT encurta o prazo de detecção no sangue doado dos vírus HIV de 22 para sete dias e, da hepatite C, de 70 para 11 dias em média e já é adotado pela Europa Ocidental, América do Norte e Ásia.

A ABHH defende a obrigatoriedade imediata do teste NAT na triagem sorológica do doador de sangue e alerta ainda que o procedimento não é diagnóstico e sim preventivo. “Ainda há no Brasil a cultura de doar sangue como forma de fazer um teste gratuito para detectar doenças. Este não é o objetivo do NAT, há testes específicos para isto”, explica Langhi Jr.

O NAT está liberado para comercialização no Brasil há mais de uma década, entretanto apenas serviços da rede privada fazem uso do exame, enquanto na rede pública o teste desenvolvido em âmbito nacional não possui a sensibilidade a que se propõe na detecção da janela imunológica, que compreende o período de contaminação pelo HIV ou vírus da hepatite C, até suas manifestações.

No primeiro trimestre deste ano, a Associação reiterou sua preocupação com a segurança transfusional brasileira por meio de ofício enviado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Langhi Jr. lamenta que o Ministério da Saúde continue com uma posição indefinida, apesar de toda a preocupação manifestada publicamente pela ABHH e a afirmação de que a segurança transfusional está comprometida por conta da não realização dos testes.

Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando o site:  http://www.huwc.ufc.br/


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