Pesquisa realizada pelo instituto Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que 93% dos eleitores brasileiros avaliam os serviços público e privado de saúde como péssimos, ruins ou regulares. Entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), 87% dos entrevistados declararam insatisfação com os serviços oferecidos.
Ao todo, foram entrevistadas 2.418 pessoas maiores de 16 anos e moradoras de regiões de todo o país.
Segundo o levantamento, 92% dos brasileiros buscaram atendimento no SUS nos últimos dois anos, sendo que 89% conseguiram ser atendidos. Mesmo assim, mais da metade desses entrevistados considera que conseguir um serviço na rede pública de saúde é difícil ou muito difícil, principalmente no caso de cirurgias e procedimentos específicos, como hemodiálise e quimioterapia.
Fila — Uma das principais queixas em relação ao SUS é o tempo que leva para o usuário ser atendido. Segundo o estudo, 30% dos entrevistados estão na fila de espera da rede pública de saúde ou possuem algum familiar nessa situação. Das pessoas que aguardam atendimento, 29% esperam há pelo menos seis meses, sendo que metade delas está na fila há mais de um ano. Apenas 20% afirmam ter conseguido o serviço em menos de um mês após o pedido de consulta, exame ou cirurgia.
“Essa sobrecarga no atendimento de urgência e emergência acentua a visão negativa sobre o SUS e demonstra a total falta de gestão e regulação do sistema. É ali que, diariamente, pacientes e médicos e outros profissionais de saúde constatam o abandono deste serviço público que, para muitos, é a única alternativa”, afirma Roberto d’Avila, presidente do CFM.
Outro alvo de insatisfação dos usuários do SUS é o atendimento de urgência e emergência. Sete em cada dez pessoas que buscaram esses serviços nos últimos dois anos os avaliaram como péssimo, ruim ou regular. Por outro lado, os brasileiros consideram que é fácil conseguir serviços como a distribuição de remédios gratuitos e atendimento em postos de saúde.
Ainda de acordo com o levantamento, mais da metade dos brasileiros (57%) considera que a saúde deveria ser tema prioritário nas ações do governo federal. Outras áreas apontadas como prioritárias por boa parte dos eleitores são educação (18%), combate à corrupção (8%), segurança (7%) e desemprego (4%).
Nota — Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que a pesquisa Datafolha reitera desafios importantes para o sistema de saúde e aponta avanços como acesso superior a 84% na maioria dos tipos de serviços avaliados. A pasta ressalta que, das pessoas que procuram os postos de saúde, 91,3% conseguiram atendimento, o que demonstra os bons resultados de estratégias como o Mais Médicos. “Lamentamos a interpretação tendenciosa e parcial dos dados e o esforço do CFM na tentativa de desconstrução do SUS”, diz o texto.
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