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Número de Mortos por Suicídio chega a um Milhão por Ano no Mundo

Um milhão de pessoas por ano se suicidam, uma quantidade maior que o total de vítimas de guerras e homicídios. O número está no relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicado em Genebra nesta segunda-feira 10 para marcar a décima edição do Dia Mundial de Prevenção de Suicídio.

A OMS destacou que as taxas de suicídio mais elevadas são a dos países do leste da Europa, como Lituânia ou Rússia, enquanto as mais baixas se situam na América Central e do Sul, em países como Peru, México, Brasil ou Colômbia. Estados Unidos, Europa e Ásia estão na metade da escala. Não há estatísticas sobre o tema em muitos países africanos e do sudeste asiático.

“Uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos aproximadamente, ou seja, mais do que o número combinado das vítimas de guerras e homicídios”, informou o relatório da Organização Mundial da Saúde. O número de tentativas de suicídio ainda é muito grande, com 20 milhões de tentativas por ano. Cinco por cento das pessoas no mundo fazem uma tentativa de suicídio pelo menos uma vez em sua vida, segundo a OMS.

O problema está se agravando e o suicídio “se transformou em um problema de saúde muito importante” para a OMS, disse nesta segunda-feira o doutor Shekhar Saxena, ao apresentar esse relatório à imprensa em Genebra. “O suicídio é uma das grandes causas de morte no mundo e durante os últimos anos, sua taxa aumentou em 60% em alguns países”, acrescentou.

O suicídio é a segunda causa de morte no mundo entre os adolescentes de 15 a 19 anos, mas também alcança taxas elevadas entre pessoas mais velhas. A OMS destaca que há três vezes mais suicídios entre homens do que entre mulheres, independente das faixas de idade e os países considerados. Por outro lado, há três vezes mais tentativas de suicídio entre as mulheres que entre os homens.

A disparidade entre as estatísticas é explicada pelo fato que os homens empregam métodos mais radicais que as mulheres para morrer.

Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando o site: http://www.cartacapital.com.br

Suicídio: um Gesto Extremo, Silêncio Irreversível

No dia 29/03/2009, no Paraná On Line, a jornalista Ruth Bolognese publicou a matéria “Quando a imprensa silencia” e o jornalista Wilson Bueno, o artigo intitulado “Suicídio & Suicidas”, ambos abordando o suicídio de uma adolescente de Curitiba, 15 anos, que abriu mão de sua existência num colégio de classe média e média-alta daquela cidade.

Os dois jornalistas se confessam consternados e estarrecidos. Porém, enquanto Ruth Bolognese envereda pela problemática de que se o fato deve ou não ser divulgado pela imprensa, Wilson Bueno, de forma tristemente poética viaja pelo inexplicável do ato.

Fala Ruth que, na semana do suicídio da garota, os jornais e emissoras de televisão de Curitiba, com raras exceções não noticiaram o fato. Disse ela que acadêmicos da área se apressaram em pegar o caminho da ética e dos bons costumes na imprensa e deram a explicação formal: “não se divulga suicídio, para não suscitar a imitação dos que possam se identificar com o gesto, aqui ou acolá”. Entretanto, lembrou ela: “Mas o suicídio da menina incontrolavelmente correu mundo. Daí afirmar ser melhor que se esclareça o fato. “Primeiro, porque pais e mestres têm o direito de tomar conhecimento das circunstâncias que levaram uma menina de 15 anos a entrar com um revólver dentro do pátio de uma escola. Segundo, porque a sociedade em geral precisa ser alertada para prestar mais atenção aos filhos e filhas desta geração movida a games e tecnologia. E, terceiro, do ponto de vista apenas da imprensa, porque não há como esconder um fato que choca a sociedade e se espalha como um rastilho de pólvora…”

Assim, conclui a jornalista que é preciso buscar a verdade na atuação cotidiana da mídia, contudo, intensificando-se o aprendizado sobre o respeito pela dor alheia, sabendo-se o momento de chegar e de se retirar. E a partir daí, cumpre-se a função social da imprensa de divulgar o necessário e de sempre alertar sem resvalar pelos caminhos da curiosidade.

Já Wilson Bueno alerta-nos que “por mais que a psicologia tente nos detalhar motivações e nos desvele a etiologia do ato suicida, a morte voluntária não tem explicação”.

E relembra ele “o caso da jamais esquecida poeta Ana C. Linda, esfuziante e dona de raro talento, aos 31 anos atirou-se do 8º andar de um edifício em Copacabana. Nenhum bilhete, nem um verso, nem uma palavra. Ficamos, as mãos vazias, os olhos secos, pasmos de horror. E recorda ainda o gesto extremo de Pedro Nava “um dos nossos mais luminosos escritores”, Rafael Rabelo, “o violonista-irmão”, Rita Pavão, “minha doce ‘ballerina’ que dançou ‘Bolero’s Bar’, com uma graça de passarinho”, e Antero de Quental, “poeta-ícone” português.

“Todos inexplicavelmente – diz Bueno- na glória do existir, disseram não ao sim, sonegando a si próprios céus e poentes que continuarão a existir sem eles…”

“A morte da menina foi estampido que dilacerou a manhã…”, concluiu ele. E nós, voluntários cevevianos, o que dizer ante a lembrança de uma manhã dilacerada, resultado do gesto de uma garota de 15 anos que não quis mais viver? Resta-nos sempre e cada vez mais colocarmos os nossos ouvidos disponíveis para aqueles que nos buscam e – quem sabe? – talvez ao desligarem o fone eles se permitam não sonegar os “céus e poentes” que a vida lhes possa ofertar diariamente, apesar de suas dores.

Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando o site: http://www.cvv.org.br

O que Esconde o Suicídio?

Em São Paulo, em novembro de 2009, uma lamentável ocorrência invadiu os espaços da mídia brasileira: um rapaz de 30 anos, desesperado, arremessou o filho de 2 anos do 18º andar do edifício onde residia sua ex-mulher e em seguida se jogou. Segundo relatos de familiares e amigos a razão teria sido a separação da esposa ocorrida há poucos meses.

Não vai muito longe, com a diferença de poucas horas entre um fato e outro, 3 rapazes em países diferentes foram protagonistas de fatos semelhantes e estarrecedores: um jovem de 28 anos, desempregado, no Alabama, EUA, tentou a carreira policial sendo reprovado no exame. Montou uma lista de pessoas e deu início à chacina: armado de dois rifles e uma arma semiautomática disparou cerca de 200 tiros, matando a mãe, a avó, um tio, um sobrinho e um primo. Perseguido, suicidou-se.

Numa cidadezinha alemã, próxima de Stuttgart, um jovem de 17 anos considerado um adolescente normal e inofensivo, numa manhã, vestiu-se de preto, pegou uma pistola e foi até o ginásio onde estudava e deflagrou a arma 100 vezes. Matou 15 pessoas. Descobriu-se que gostava de uma garota que não correspondia ao seu amor. Perseguido pela polícia, ferido na perna, matou-se com um tiro.

E em Goiânia (GO), um cidadão de 31 anos, desempregado, certo dia convidou a mulher e a filha de 5 anos para experimentarem um vôo panorâmico. No caminho para o aeroclube atacou a companheira jogando-a na estrada com o carro em movimento. No aeroclube alugou um monomotor, conseguiu levantar vôo e ficou duas horas fazendo malabarismos perigosos até espatifar-se no estacionamento do principal shopping da cidade, morrendo com a filha.

Como explicar estas explosões de extrema violência contra si mesmos e contra os outros? Amores não correspondidos, desemprego, reprovação em concurso foram os desencadeadores destes terríveis dramas humanos, assim, anunciou a imprensa.

Entretanto, sabe-se que um ato suicida não se manifesta, salvo exceções, repentinamente e provocado por um único motivo. Por trás de cada gesto de quem pratica a autodestruição acumula-se uma grande quantidade de fatores que vai construindo, ao longo do tempo, a história de vida de quem acaba por optar por este doloroso caminho.

O nosso “Manual do Voluntário”, no tema II, mostra-nos com clareza que existem os fatores causais e os desencadeantes do ato suicida. Os fatores causais são também chamados de causas primárias do suicídio e as razões desencadeantes são as denominadas causas secundárias.

Perder um amor, o emprego, um familiar, ser reprovado num concurso podem ser os fatores desencadeantes do suicídio, mas as causas primárias, aquelas que se acumulam e crescem dentro de alguém são os verdadeiros responsáveis pelos motivos de saída de cena de alguém do espetáculo da vida.

Daí ser de extrema importância a atenção do voluntário para estar em permanente vigilância aos fatos que estão por trás do motivo que revela um indivíduo para não mais querer viver. Dentro dele há uma sofrida, antiga e complexa trama de problemas que, a qualquer momento, poderá impulsioná-lo para o desequilíbrio emocional ante uma dor imediata, recente, e levá-lo a deflagrar a “bala” que provocará a sua autodestruição.

Bartyra / Recife (PE)

Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando o site:  http://www.cvv.org.br/

Traumas de Guerra

Faluja, Iraque, 9 de novembro de 2004. No telhado de um prédio, o cabo James Blake Miller, fuzileiro naval dos EUA, tentava se proteger e manter os insurgentes o mais longe possível dele e de seus companheiros. No agito do tiroteio, seus companheiros quase atingiram Luis Sinco, fotógrafo do Los Angeles Times que acompanhava a unidade e que, findo o combate, tirou um retrato de Miller.

No dia seguinte, centenas de jornais traziam a imagem de Miller, cigarro pendurado nos lábios, o rosto coberto de sangue e sujeira. Ainda que a contragosto, virou celebridade, com direito a carta do presidente e dispensa honrosa – ninguém queria que o Marlboro Marine, como ficou conhecido, se machucasse. Mas o estrago já havia sido feito.

Feliz por estar de volta, o marine não se preocupou quando a esposa disse que ele estava apertando o pescoço dela durante a noite. Achou que era passageiro, assim como seus pesadelos sobre o Iraque. Só depois de olhar pela janela e ver o corpo de um iraquiano na calçada, Miller resolveu buscar ajuda profissional de um psiquiatra militar. Diagnóstico: o herói estava com trauma de guerra. Como tantos treinados para a guerra, ele não conseguia achar a paz.

Tragédia ignorada

Os EUA estão no Iraque por mais tempo do que lutaram na 2ª Guerra Mundial. Foram 4 anos na luta contra Hitler, e já são 6 de conflitos pós-Saddam. Se contarmos as operações no Afeganistão, 1,5 milhão de americanos serviram em batalha entre 2001 e 2007. Desses, 4 mil morreram e 60 mil foram feridos ou caíram doentes. Mas nem todas as cicatrizes são visíveis. Na mente de alguns soldados, a batalha nunca termina.

O principal problema psicológico que aflige os ex-combatentes é o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), que inclui flashbacks do combate, paranóia constante e a incapacidade de funcionar no ambiente familiar, social e profissional. É o nome atual do que ficou conhecido como trauma de guerra.

Não é uma honra exclusiva de militares. O TEPT pode atacar qualquer vítima ou testemunha de desastres naturais, incidentes terroristas, acidentes sérios ou ataques violentos – qualquer evento aterrorizante em que a morte ou ferimentos graves são possíveis.

A diferença é que estatísticas apontam que 5% da população desenvolve algum nível de estresse pós-traumático, enquanto ao menos 10% dos combatentes desenvolvem o problema plenamente.

Esse problema é turbinado pelas condições das guerras atuais, onde as tropas lidam com múltiplos realistamentos por períodos estendidos, curtos períodos de sono, operações de 24 horas sem descanso, missões alteradas constantemente e muito conflito de guerrilha, onde combatentes e civis se misturam. Na 2ª Guerra Mundial, onde o combate era menos complexo e os inimigos mais claros, 1 a cada 20 veteranos apresentaram sintomas relacionados ao TEPT, 5% do total, índice que subiu para 15% na Guerra do Vietnã. Com o conflito do Iraque ainda ativo, não há dados definitivos, mas especialistas estimam que sejam uns 30%. Um estudo de 2004 aponta que 40% dos soldados que voltaram da “guerra contra o terror” procuraram tratamento psicológico. E não foi para superar fim de relacionamento. “A guerra significa algo diferente para nós que já olhamos através da mira de rifle apontado para outro ser humano, para aqueles que viram uma menina de 9 anos ser atingida por fogo cruzado. Estou comentando somente uma fração do que ainda me atormenta em relação a minha experiência no Iraque”, diz um soldado que serviu como médico em 2004 e escreveu seu depoimento em um site de veteranos.

E os dados são apenas dos que buscaram ajuda. Um estudo do Departamento de Defesa dos EUA mostra que 60% dos fuzileiros navais que estiveram no Iraque e tiveram sintomas de depressão grave e TEPT acabaram não procurando ajuda por medo de prejudicar sua carreira ou de ser tratados de forma diferente pelos companheiros de farda.

Cuca fundida

Nossa falta de atenção e compreensão com os traumas de guerra pode vir da dificuldade que temos para entender o que se passa na mente de suas vítimas.

Claro, dá para ter uma vaga idéia, já que traumas e desastres são parte da experiência do ser humano – a evolução nos dotou com habilidade nata de adaptação a ambientes e circunstâncias variáveis. Estatisticamente, 50% de nós sobrevive a ao menos um evento traumático ao longo da vida. E, após um trauma, o normal é continuar revivendo o episódio na memória: é a maneira que o cérebro tem de processar e aprender com o estresse para depois prosseguir com sua programação normal.

O TEPT ocorre justamente quando o cérebro passa por tantos eventos traumáticos que vai perdendo, aos poucos, a capacidade de absorver esses impactos. Nesse caso, recordar é viver com medo. Richard Pierce, um veterano do Vietnã, descreve o desenvolvimento gradativo do TEPT dentro da mente de um indivíduo: “Em seus estágios iniciais, eu acho que os pesadelos, o isolamento e a ansiedade são reações defensivas naturais a uma experiência muito traumática. Nas primeiras etapas, é como uma dor de dente que incomoda. Se não for tratada, a infecção cresce e apodrece tudo. Nesse momento, se torna uma doença”, diz ele no livro de Ilona Meagher Moving a Nation to Care (algo como “Fazendo uma Nação se Importar”, como todos neste texto, sem edição brasileira). Se não for tratado de maneira correta, o TEPT vira um dano permanente, como um arranhão em um vinil.

Edward Tick, um psicoterapeuta clínico com 25 anos de experiência no tratamento de veteranos, em seu livro War and the Soul (“A Guerra e a Alma”), define o TEPT como uma “consciência de guerra congelada”. O tempo parece estar parado, enquanto aquele que sobreviveu ao trauma relembra o evento através de recordações inesperadas e pesadelos. “Cada vez que as situações são revividas, o indivíduo fica mentalmente e fisicamente exaurido. Suas ansiedades e frustrações aumentam e ele gradualmente vai perdendo o controle”, escreve Tick. A vítima começa a “organizar a sua vida em torno do trauma. Seu trabalho, suas relações familiares e sua saúde começam a se deteriorar”.

Aprender a matar

No passado, os generais formavam seus batalhões catando cidadãos comuns por onde passavam. Eram soldados de uma guerra só: se sobrevivessem, voltavam para a sua antiga vida.

Hoje, a idéia é criar soldados profissionais, que não hesitem quando chega a hora de puxar o gatilho. Usando as técnicas mais eficientes de condicionamento psicológico e controle mental (se quiser falar mal, pode chamar de “lavagem cerebral”), o treinamento militar pega uma pessoa que nem você, que só conhece tiro da televisão e tem nojo de imaginar que o bife já foi vaca, em uma máquina de matar – e dane-se se a máquina pifar depois. James Blake Miller, o Marlboro Marine da abertura do texto, fez curso de pastor evangélico por correspondência e até cogitou ser mineiro de carvão antes de se alistar. Dois anos depois ele estava em Faluja, mandando tanque derrubar prédio com 40 pessoas dentro e fumando um cigarrinho logo depois. “Uma coisa é quando estão atirando em sua direção e você dá alguns tiros de volta para silenciar o outro lado. Outra coisa, completamente diferente, é quando você olha para um outro ser humano. E ele sabe que você está tentando matá-lo. Para fazer o seu trabalho em combate, você tem que ser capaz de trancar todas as suas emoções”, diz ele no livro de Meagher.

Antes de serem lapidados como instrumentos letais de guerra, os recrutas têm que superar o que o autor Dave Grossman chama de “fobia humana universal”: a aversão que a maioria das pessoas tem de tirar a vida das outras, ausente em apenas 2% dos os indivíduos dentro das Forças Armadas. Em seu livro, On Killing: The Psychological Cost of Learning to Kill in War and Society (“Sobre Matar: O Custo Psicológico de Aprender a Matar na Guerra e na Sociedade”), Grossman explica que “no interior da maioria das pessoas existe uma intensa resistência na hora de tirar a vida de um outro ser humano. É algo tão forte que alguns soldados morrem em combate por não conseguir superá-lo”.

O Exército dos EUA usa um sistema, chamado de Controle Total, que gera 20 mil soldados por ano – nenhuma outra instituição militar na história treinou tantos homens para matar em tão pouco tempo. Graças ao programa, o número de soldados que falham na hora de rsponder ao fogo inimigo caiu de 70% para praticamente zero. O programa que cria os combatentes perfeitos, no entanto, é ineficaz na hora de evitar que eles tenham danos psicológicos resultantes da tarefa em que são tão bons. “As pessoas comentam: ‘Não sei como você conseguiu fazer aquilo’. E olham para você imaginando como você deve ter sido.

Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando o site: http://super.abril.com.br


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